quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Uma decisão inexplicável e intempestiva

Retirado do blog do amigo jornalista e chefe do Timaço da Gazeta, jornalista Waldemir Rodrigues.
Leiam. Perfeito!


Na manhã desta terça-feira fui surpreendido com a informação, passada pelo assessor de comunicação Júnior de Melo, de que os jogadores do CRB se recusariam a conceder entrevistas ao repórter Alberto Oliveira, credenciado pela Rádio Gazeta para fazer a cobertura diária do noticiário do clube.
Fiz ver ao colega profissional que aquela informação teria que ser repassada para a emissora (ao seu coordenador de esportes ou ao seu diretor) por escrito, com os motivos da decisão tomada, para que pudéssemos nos posicionar com orientação da própria direção da emissora e do seu setor jurídico.
De imediato, ele me colocou em contato com o diretor Alarcom Pacheco, que prometeu retornar com a informação depois que conversasse com os jogadores através do goleiro Júlio César, capitão da equipe e um dos líderes do elenco. Esse retorno não aconteceu e o referido diretor não atendeu as ligações que fiz durante o horário da tarde.
Sem uma palavra oficial do clube, a vida seguiu e Oliveira foi para o treinamento da tarde, onde teve reafirmada a proibição, mas com uma origem diferente. Segundo os jogadores com os quais contactou, eles estavam cumprindo uma determinação da direção do clube. Chegaram até a propor uma conversa do grupo com o repórter, mas foram informados por Alarcom de que não estavam autorizados a fazê-lo. E que a diretoria tomaria uma decisão sobre o assunto até ao meio dia desta quarta-feira.
Lamentável tudo isso. Novamente estamos perdendo tempo e espaços preciosos com situações que em nada vão ajudar ao desenvolvimento do futebol e a participação de Alagoas em competições nacionais.
Não há uma alegação concreta, uma sequer, que não possa ser desmontada com a narração dos fatos. Tudo o que foi dito em nossa transmissão esportiva do domingo, antes, durante e depois do jogo não foi em nada diferente do que narraram as demais emissoras presentes ao estádio. Então, nada ali pode ter motivado a decisão.
Ademais, a anormalidade do dia veio justamente logo após a partida, quando os repórteres – todos – esperaram muito mais do que o tempo de sempre pela entrevista do técnico, sendo também informados de que só Ademir Fonseca falaria e que cada um teria direito apenas a uma pergunta porque o técnico teria que sair rapidamente.
Por que então a decisão unilateral e direcionada? Nos sentimos – e nosso público ouvinte – merecedores de uma explicação plausível, sem subterfúgios e sem o jogo de empurra que só os fracos e sem argumentos praticam.
Às vésperas de um processo eleitoral, que todos consideram a festa da democracia, é inaceitável se tentar utilizar mordaças para forçar a divulgação apenas de informações que interessem aos que se consideram poderosos e acima de tudo e de todos. E que não aceitam uma discussão paritária com temas, motivos e questões que realmente visem o interesse do que mais interessa que são as instituições.
O repórter continuará frequentando diariamente o clube, sem se intimidar, cumprindo com a sua obrigação profissional, ainda que seja impedido de realizá-lo de forma completa, sem as entrevistas de praxe. Ao menos até que oficialmente seja proibido de fazê-lo. Aí será uma outra história. Que sinceramente espero não tenhamos que contar.

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