domingo, 30 de março de 2014

Texto perfeito de Bruno Soriano sobre o famoso "jabá"

Esse texto eu retirei e copiei em sua totalidade do blog do amigo jornalista Bruno Soriano, da Gazetaweb.com.
Achei perfeito e traduz o que eu penso também a respeito desse assunto.
Resolvi compartilhá-lo com vocês, leitores do meu blog. Vale a pena conferir.

"O jabá no jornalismo esportivo"

Eis um assunto que, modéstia à parte, não me incomoda, apesar de saber que ele também existe, e com força, aqui em Alagoas. Com todo o respeito aos colegas cronistas, o jabá no jornalismo esportivo também é fruto, além da má formação profissional, da má remuneração de setoristas que não vivem apenas o dia a dia do clube, tendo que recorrer a outras atividades, alheias ao futebol, para complementar a renda – em alguns casos, opta-se pelo caminho mais fácil, cedendo à ‘camaradagem’ de dirigentes que gostam de maquiar a divulgação das informações que nos chegam, calando as possíveis críticas.
Também existem aqueles que, em nome da audiência, arriscam-se no perigoso mundo da especulação, fomentando o lado obscuro da rivalidade entre os clubes e, com isso, incitando a violência entre as torcidas. Porém, o mais revoltante é saber que ainda existe ‘profissional’ capaz de se vender até por um jantar, incorrendo no risco de perder por completo, da noite para o dia, a credibilidade de um trabalho geralmente construído à base de muito suor.
O escândalo estourou na Bahia, onde uma rádio teria embolsando R$ 24 mil do Tricolor nos últimos sete anos, com radialista chegando a receber R$ 400,00 para transmitir – com ‘rabo preso’, ou seja, sem isenção alguma – uma única partida.
E também é hipocrisia dizer que cronista esportivo nunca teve sua preferência, salvo raras exceções – os mais corajosos assumem gostar apenas de clubes do Sul. Cresci ouvindo as histórias de meu saudoso pai, que deixava a Pitanguinha, a pé, com um bandeirão às costas. Já estive, sim, no Rei Pelé como torcedor, mas resolvi me dedicar àquilo que amo, que é escrever sobre futebol. E acredito ainda conseguir fazê-lo a contento.
No último domingo, quando o Bahia derrotou o Vitória por 2 a 0, a torcida tricolor exibiu um faixa contra os profissionais supostamente envolvidos no que ficou conhecido como o ‘caso jabá’. Os manifestantes quase foram barrados na Arena Fonte Nova, onde uma rádio chegou a pedir, ao vivo, que a polícia retirasse o cartaz acima.
E se o protesto não surtiu o efeito esperado, bobagem. Afinal, o ‘jabazeiro’ não se sustenta por muito tempo, dada a eterna exigência do torcedor, restringindo ainda mais um mercado já tão competitivo.

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